domingo, 18 de agosto de 2013

Entre saudades e lições



Quando meu nome surgiu naquela tela, confesso, duvidei da realidade que se mostrava tão bela. Tal dúvida permaneceu comigo até o momento em que me vi obrigado a refletir sobre o caminho q me escolheu ( a medicina) e das responsabilidades que carrego desde que fui escolhido, as quais se mostraram simultaneamente óbvias e incompreensíveis.
“Ama a teu próximo como a ti mesmo”, eis o segredo da felicidade passado por nós há séculos pelo maior de todos os homens, mas até hoje pouco compreendido pela grande maioria dos mortais. É esse o pilar da profissão à qual fui guiado pelos caminhos da vida e pela qual me apaixonei. Na semana que se foi, no entanto, aprendi na prática como pessoas de mundos tão diversos podem se amar simplesmente, desde que estejam dispostos a ver além das pré-concepções, estereótipos formados,  e levar o “nós” a um patamar superior ao “eu”. Amor, em suas mais amplas formas, envolve a compreensão do outro, o toque, o abraço apertado, a confiança, o respeito, o carinho, a cumplicidade. Pude, então, ser mais eu do que nunca e descobrir dentro de mim sentimentos tão bonitos e verdadeiros que cativei em troca as pessoas que me cativaram. Nelas, causei a impressão de que eu possuía apenas aqueles sentimentos que se exteriorizaram ali deixando oculto o fato de que, como a maioria das pessoas, nem sempre sei ser tão tranquilamente eu nas relações cotidianas.  Talvez seja a hora de dizer que minhas qualidades, ainda que exaltadas nessa semana, são pequenas na imensidão dos meus defeitos. Mas aprendi com a vida o dom da auto-análise crítica e sincera para ser moldado por mim rumo ao crescimento.
Crescimento... Não seria esse o motivo da vida? Que outra finalidade teriam as dores Às quais somos submetidos senão o aprendizado? Ser a cada dia melhor do que no dia anterior...
Agora, sinto que começa para mim uma nova fase e, certamente, não será composta apenas por momentos bons, visto que trará consigo belos desafios. Estes, eu estou disposto a aceitar com tranqüilidade, já que, quando tudo se for, serei alguém infinitamente melhor.

Descobri, quando os piores/melhores momentos de minha vida haviam passado, que há uma fórmula infalível para anestesiar a dor: A fé... Sim, leitor, a fé é o escudo mais forte contra os ataques ferozes da vida. Não falo aqui da fé em uma divindade, geralmente atrelada às religiões. Refiro-me à fé na vida e na transitoriedade das situações. Afinal, é verdade que as dores se vão, as alegrias também. Das primeiras guardamos lições, das segundas, apenas saudade.   

2 comentários:

Thaís disse...

Parabéns Manoel lindo texto! Amei, continue escrevendo!

Carol Benévolo disse...

Reflexão tão bonita e sincera! :)

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