domingo, 4 de setembro de 2011

Aprendendo a viver


Há tempos que não publico um texto nesta página... Não é que eu tenha desistido de contar meus sonhos ou desaprendido a arte de descrever meus sentimentos.  A verdade é que aprendi que a vida não cabe nas palavras e é muito melhor viver que tentar pensar sobre a vida. Não pense que não escrevi por não ter algo interessante para dizer. Minha vida agora é mais interessante do que nunca, pois mais alguém se interessa por ela. Um alguém que se intriga com meu silêncio e adivinha as palavras que eu não digo. Que sempre quer saber o que estou pensando, mesmo quando não há nada em meu pensamento, a não ser aquele sorriso. Foi essa pessoa me intimou a estar aqui, neste instante, falando mais uma vez sobre mim. O que dizer se já disse tudo. Eu digo com meus olhos, com minha boca e minha vontade de estar sempre perto. O toque dela é meu vício e não sei mais como é não ter aquela voz para me distrair dos dias ruins. Definir o que eu sinto? Camões até que tentou, mas descobriu que esse sentimento é confuso demais para se descrever sem tantos paradoxos. Arde sem doer... Dói e não se sente... Contentamento descontente... Confuso como eu e ela, que só sabemos gostar um do outro.  Nós sabemos quem somos e que não somos como os outros, nem precisamos ser. Somos um misto de ideologias do passado e do futuro. Um misto de segredos e verdades, só verdades. Somos algo mais do que o que dizem sobre nós. Mais que estereótipos, mais que imagens abstratas... Mais, muito mais que nós mesmos podemos imaginar.  Mais que os sonhos que temos e os que vamos ter. Mais que nossos beijos, mais que os versos que surgem em minha mente e não escrevo. Mais que o tempo, mais que a incerteza de nosso futuro. Mas o futuro é sempre assim... A incerteza marca a vida de quem vive e não se vive quando se tem medo. Viver é melhor que sonhar, mas viver sonhando é ainda melhor que viver ou sonhar. Quem vive erra, mas aprende que é errando que se descobre como não errar.    
 “Com você eu posso ser até eu mesmo e você vai entender”. 

sábado, 5 de março de 2011

A verdade sobre o amor

Raros são os meus textos falam de amor, pois raras foram as vezes que senti tal sentimento. A verdade é que eu não me sentiria capaz de definir. Às vezes se mostra leal, incapaz de se corromper ou se aprisionar, em outras traiçoeiro, que rompe tratados e ritos. O que importa é não se deixar ferir... Fugir das lanças sem se prender em seu próprio escudo.


E as pétalas de rosas que brotam do céu e se transformam em luz quando tocam minha pele vão guiando meus passos até que eu veja que o amor não é só isso. É certo que é sublime o amor que se busca a dois, mas é muito mais real quando se lança ao universo esse poder valioso e infinitamente real. É banal destinar todo seu amor a um ou outro alguém se há um número incontável de pessoas buscando essa energia, ainda não saibam. No fim descobrimos que somos todos um só.

Uma das piores chagas da humanidade é a indiferença, essa cegueira dos egoístas que torna tolo até o mais sábio dos homens. O que é a indiferença senão a busca do bem para si mesmo? A tolice, portanto, é não saber que você é apenas uma parte de algo infinito e toda energia que se lança retorna.

Quero um dia ter o tempo para fechar os olhos e ver mais do que eu via. Quero ver homens que se respeitem, ainda que não se compreendam. Quero ver a verdade nos olhos de pessoas que olham de cima e não ver lágrimas naqueles que se perdem na multidão. Quero que o amor seja mais forte que as crenças e interesses.

Nunca vou me esquecer da voz que roubou minhas lágrimas de derrota com uma simples frase: “Um dia você vai ver o quanto isso é pequeno”. Sim, são pequenas as derrotas se infinita for a certeza de que a vitória se aproxima.

sábado, 22 de janeiro de 2011

Como os nossos pais

Foi em um domingo no mês de janeiro.


Meus olhos insistiam em se manter fechados. Uma promessa desfeita e um monte de sonhos em dúvida… Um não ainda me assombrava e o medo de tomar atitudes impensadas era o que tomava conta de mim.
Durante toda a manhã inventei um bom motivo para me manter no quarto, como eu fizera quase todos os dias desde aquele NÃO. Meu quarto era o abrigo para lágrimas contidas e longas reflexões sobre meu futuro.
Eu apenas fitava o teto quando senti o cheiro de torresmo. Sentei à mesa. Pai, mãe, filho, torresmo, coca-cola e um rádio ligado. De repente, meu pai fez um olhar sonhador. O mesmo preenchia o rosto de minha mãe. O rádio tocava canções dos anos setenta e não precisei do meu meio-inglês para saber que falavam de amor.
De repente, meu pai começou a falar. Histórias, lembranças, medos e lutas, muitas lutas. Não precisei ouvir o final daquela história para saber que era feliz. Como os contos de fadas que criaram minha personalidade e que eu havia questionado... O fato é que aquela história me fez ver que a minha também teria um final feliz. Percebi que não era o momento de desistir daquilo que me fez ser quem eu sou. Percebi que as escolhas desesperadas dos momentos de dúvidas são atalhos sem saída que um dia te farão buscar de novo o caminho certo. É perda de tempo e nós não temos tempo.
Percebi também que uma promessa idiota não é o que vai me fazer vencer, pois é preciso mais do que promessas para se seguir um bom caminho.
Uma vez montei em um cavalo. Uma mula, na verdade. Minhas mãos eram pequenas e eu não pude controlar as rédeas. Saí sem freios pulando cercas e arbustos. Quanto mais eu tentava controlar, mais rápido cavalgava. Então fechei os olhos, respirei fundo e deixei que o acaso me protegesse. Um galho surgiu e minhas mãos tiveram forças para agarrá-lo.
Às vezes penso que a vida é assim. Uma mula sem rédeas... Um carro sem freios... Avião sem piloto... Fica muito mais difícil se tentarmos controlar, pois é impossível controlar o incontrolável. No final teremos histórias com meios felizes, momentos difíceis e finais incompletos, pois sempre haverá o que viver e histórias para contar.