quinta-feira, 9 de maio de 2013

O destino de todos...



Sem querer tendemos, ao longo da vida, a negar a morte dando-lhe uma aparência tenebrosa, como nas lendas que nos fazem acreditar desde a infância. Ela, desse modo, parece-nos um monstro assustador, sempre distante de nossa felicidade, porque, geralmente, essa felicidade está vinculada à vida do corpo. Acontece, que os luxos e prazeres da vida não nos trazem felicidade, nem nos torna imortais, mas quando nos damos conta disso, a morte está aqui ou ali, mais perto de nós do que podemos imaginar.
O que é a morte? Seria o fim ou, apenas, o desconhecido? Tal resposta, sempre vinculada a princípios religiosos, aperta o peito até mesmo do homem mais convicto de sua fé. Entretanto, inegável é a existência de um ser superior, independentemente do nome que se dê a ele. Inegável também é o fato de que nossa existência material tem um objetivo maior do que podemos compreender e o fim dela não é necessariamente o fim.
Essa ideia é, com certeza, um conforto a mais para aqueles que se queixam da perda de um ente querido, mas é, principalmente, uma constatação lógica, ainda que os ateus discordem. Deus está presente na perfeita harmonia do universo, de partículas subatômicas a galáxias inteiras. Cada átomo, por menor que nos pareça, tem função na composição de partículas cada vez maiores até à conformação de íon ou moléculas indispensáveis à ordem.
Esse ser superior que nomeamos de formas diversas se faz parte integrante de tudo o que conhecemos ou que conheceremos. A partir dessa perspectiva, é possível estabelecermos que a ordem regular das coisas dá-se por meio de leis transcritas, não nas sagradas escrituras, mas no material gênico de cada
ser vivo ou na conformação iônico-molecular dos seres “não vivos”. O sofrimento, dessa forma, tem origem na não compreensão dessas leis universais ou, simplesmente, na transgressão delas.
  Não trato aqui da rigidez com que se pretende abordar certos “princípios” religiosos como se tivéssemos autoridade para julgar os atos alheios, mas de uma abstração interior, necessária para que entremos em contato com nossa essência e compreendamos as leis morais que devemos seguir para obter uma harmonia externa, independentemente do que somos, da forma como amamos, da cor da pele de nossos corpos materiais. Então, somos capazes de compreender o que somos e porque vivemos. Vivemos, estamos em nossos corpos, em tais circunstancias, pelo simples fato de aprimorarmos nossa essência imaterial no sentido de ser, cada vez mais, a imagem e semelhança do criador. Aqui, nessa fase transitória de nossa vida real, fazemos vínculos que não são desfeitos ou curamos chagas que provocamos em algum momento.
Dessa forma, a morte é, simplesmente, a ruptura com a materialidade. Não passa de uma simples transição à qual todos que estão neste planeta estarão submetidos, cedo ou tarde. O que fazer, então, diante da saudade desmedida de quem se ama? Paciência, que, nesse caso, é sinônimo de fé. A fé naquele que é maior, melhor e mais sábio do que nós e que, com certeza, possibilitará, em algum momento, o reencontro entre nós e os entes queridos, pois, o destino de todos é, independentemente do caminho que se tome, a perfeição e o encontro com o próprio Deus .