segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Em nome de um nome...


Herdei o nome de um homem que foi grande em sua pequenez e soube levar a vida com a leveza de quem aprendeu a amar. Ele conheceu o amor em seu mais amplo aspecto e soube deixar um legado a ser seguido.... Uma herança que jamais se limitaria a sobrenomes ou títulos, bens ou tesouros materiais, pois abrange o que é verdadeiro... A pureza das formas e o efeito do sorriso, que nem sempre conseguimos distribuir como ele o fazia. Ainda assim, cabe a nós manter viva a chama de amor que ele acendeu em nosso peito.
Se souber olhar além do véu da matéria, qualquer um consegue perceber que a maioria de nossas angústias é passageira e, até certo ponto, banal. “Eu não tenho o carro do ano”, “minhas notas não são as melhores”, “aquela gordurinha perto do umbigo sempre aparece quando como chocolate”, “perdi quem eu amava”... Qual dessas demandas ainda o moveria daqui a um mês ou um ano? Qual desses conflitos é realmente relevante para que sua vida e a vida do outro sigam no rumo do Verdadeiro... O homem com meu nome sabia distinguir e não se deixar abater pelo medo ou ansiedade em relação ao que viria. Ele sabia que onde imperam as boas intenções, jamais faltará a base material para que elas se tornem reais. Mesmo que surjam as dificuldades, manter-se firme em um ideal nos faz colher depois a recompensa... Não... Não o façamos em busca dela... No entanto, é preciso ser sensível o bastante para saber-se recompensado de fato pelo simples fato de sentir-se útil fazendo algo pelo outro.  O orgulho que vem de dentro, em relação a si mesmo e as estar no seu caminho... Como o disse em outro texto, se a humanidade conhecesse a paz que há em uma boa ação, fazer o bem se tornaria o maior dos vícios...
 Sim, quando voltar para casa depois do bem feito, ainda te aguardarão os mesmos conflitos. Você, no entanto, terá colhido lições que te farão inexplicavelmente maior e saberá compreender que tudo passa. Terá a maturidade necessária para ser sincero consigo mesmo e dizer, se for preciso, “eu não sei o que fazer diante desta situação”. Então, de olhos fechados, pedirá e encontrará a paz e a confiança para lutar e buscar, caso valha à pena, ou, como na maioria de nossos dilemas banais, esquecer e partir... Novos rumos virão... Novas histórias... Novas verdades e novos silêncios... Novos versos... Novos motivos para fechar os olhos em um sorriso.
Cada um carrega, no fundo de sua alma, os anseios e motivos para seguir. Mas, como meu avô ensinou, só vale à pena viver se for para fazer a diferença, ainda que mínima, na vida de alguém. Só se tem a felicidade real quando se sabe colher as pequenas e diárias felicidades alheiras e viver por ai, cultivando flores em outros jardins pelo simples prazer de ver-lhes as cores... Pelo simples prazer de se fazer feliz na felicidade que o cerca. Só vale à pena viver se for para ser assim e, no final, o que sei de mim além de que fazer feliz é ser feliz e nada mais. O sorriso de paz onde imperavam lágrimas é e sempre será a maior das recompensas.
Onde estiver, quero que Ele nunca se esqueça da minha eterna gratidão e espero ainda merecer a honra de ter seu nome. Espero ainda merecer, em todos os aspectos, chamar-me MANOEL.