domingo, 31 de maio de 2015

Sobre placas e cartazes...

Foi Nietzche quem separou o comportamento humano em duas morais...  Pois aí vai uma interpretação pessoal de ambas, não se sinta ofendido, leitor que se inclui entre os fracos e moralistas, pois sempre há chance de contestar os velhos erros e tomar as rédeas da própria vida. Dirão que grandes vilões da humanidade também usaram interpretações de Nietzche, pois eu digo que eles falsearam o verdadeiro sentido de sua obra.
A primeira, a moral do escravo, é uma negação da vida... É viver de acordo com o que já foi feito ou dito... É o apego demasiado às convenções e às verdades estabelecidas... Incontestáveis... Eternas... Universais... Homens e mulheres que nunca sentirão o verdadeiro gosto de ver o outro além de seu sexo, de seu gênero, da cor de sua pele, dos erres e dos erros em seu sotaque, das crenças, das formas... Fracos que usam o moralismo para esconder o medo da vida... O medo de olhar para dentro de si, encontrar um pouco de humanidade e ver que o privilégio da posição social e econômica jamais faria que um ser qualquer fosse melhor do que o outro... Por medo, acabam sendo só mais uns ou outros no meio de tantos...

A moral do senhor, por sua vez, é uma moral dos que compreendem que a verdade é algo a ser construído... Senhores são os que se fazem donos do próprio destino e veem a realidade com olhos críticos. São aqueles que contestam aceitando que seu papel na humanidade é construir a justiça. São leais ao que a própria consciência diz ser certo e aparecem nos livros de história envolvidos nas grandes revoluções... Eles são capazes de transformar a realidade, pois nunca se satisfazem, são inquietos, nunca indiferentes... Desconhecem o medo e se arriscam em nome da felicidade, própria ou coletiva. Não se irritam com a opinião rasa dos que criam rótulos a seu respeito. Sim, são julgados das mais diferentes formas, pois fogem do padrão amargo de uma sociedade falida... No fundo, são temidos, pois ameaçam o conformismo dos que tem medo de viver, mas não se incomodam com o incômodo alheio. Sabem que, um dia, suas ideias renascerão na voz de outros que, como ele, sejam senhores de si mesmos... São “Combatentes temporários de causas eternas”...

  Assim, cabe a cada um de nós a escolha entre o medo e a ousadia... Entre viver em um mundo construído para poucos ou construir um mundo que possa ser habitado por todos. O que vale mais à pena: Uma moral falida ou o bem-estar dos excluídos na construção dela?