Quero começar com uma comparação. Com certeza você, meu leitor,
já ouviu algo sobre a piracema.
A verdade é que na piracema os peixes nadam contra a
corrente para se reproduzir na nascente, um ambiente mais seguro da ação dos predadores
e com uma maior quantidade de alimentos disponível. É, no entanto, o estresse
provocado pelo ato de nadar contra a corrente que promove o amadurecimento
reprodutivo desses peixes, ou seja, trata-se de um processo de
amadurecimento... Um processo...
Em nós, seres humanos, isso também ocorre. Nós nadamos
sempre contra a corrente, cada um de nós a sua maneira. No final, nos percebemos
mais maduros, não sexualmente, mas moralmente.
Trata-se de um processo exclusivamente pessoal, o qual
outras pessoas não seriam capazes de compreender na mesma intensidade, ainda
que sejam incluídas pelo amor que têm por nós ou pela simples vontade de governar
as nossas vidas. Cada um tem suas necessidades de reforma íntima, suas verdades
incondicionais e seus porquês. Mas cabe a nós a escolha entre promover essa
reforma moral ou se utilizar das mazelas que nos atingem para justificar a auto
piedade, ou ainda embrutecer, culpar o destino e as pessoas e espalhar o amargor
pelos ambientes em se passar... É uma escolha.
Não é tão simples perceber os fatos dessa maneira. É
preciso, primeiramente, fazer uma análise interior, buscar em si as causas do
mal. Então, encontrar dentro de nós aquelas características que escondemos dos
outros, que nos fazem frios, egoístas, preconceituosos, arrogantes...
Você poderá dizer “eu não sou assim”, mas todos nos o somos
em maior ou menor grau, consciente ou inconscientemente.
Mas o que é correr contra a corrente? É enfrentar os
obstáculos da vida e suportar as situações desagradáveis. Mais do que isso, é
aprender com elas e se tornar a cada dia alguém melhor que se poderia ser